sábado, 21 de março de 2009

Enfim, o Volp

Enfim, chegou às livrarias o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa em sua 5ª edição. O Vocabulário do Novo Acordo.

Mas a polêmica não termina aqui. Esta empreitada foi brasileira, o que fortalece, na opinião pública portuguesa, a impressão de que estamos nós querendo capitanear tudo, "governar a implantação do Acordo", como disse em entrevista o professor José Luiz Fiorin (hoje, na Folha de S.Paulo).

São 878 páginas, 349.737 vocábulos, e cerca de 1.500 estrangeirismos. Um livro para ficar folheando, degustando, aprendendo, fazendo descobertas.

Como já se fez ver, a palavra "coerdeiro" aparece assim, sem hífen e sem "h", embora no texto oficial do Acordo seja citada a forma "co-herdeiro". O Vocabulário corrige o Acordo, baseando-se no consagrado "coabitar". Manter "co-herdeiro" obrigaria Bechara e sua equipe, em nome da coerência, a registrar, com hífen, "co-habitar".

Termo do jargão linguístico, "co-hipônimo" (por exemplo, cão e gato são co-hipônimos em relação ao hiperônimo mamífero) não é mencionado no Volp. Mas, seguindo o raciocínio anterior, perde o hífen. Será a partir de agora "coipônimo".

Já "coomologia", que na 4ª edição do Volp era "co-homologia" (termo da topologia algébrica... campo de estudo que não é para qualquer um), aparece também sem hífen.

Um caso estranho. Quem for acusado ou condenado pela participação com outra pessoa num mesmo delito será "corréu", e não mais "co-réu".

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