O filólogo e gramático Evanildo Bechara, no Estado de S.Paulo de hoje, volta a falar a respeito do hífen, o tracinho trapalhão. Sobrou para ele, coitado. Para o hífen. Mas também para o gramático. Sobrou para nós também, lógico.
Bechara admite que o texto do Acordo vacila. Por isso, no Volp (prestes a ser publicado), tentou uma solução que preservasse a autoridade do texto oficial, sem multiplicar os problemas.
Concretamente, "para-quedas" passa a ser grafado sem hífen, "paraquedas", porque o Novo Acordo menciona expressamente esse exemplo, alegando que a noção de composição nessa palavra, "em certa medida", já se perdeu. Ninguém mais percebe que o paraquedas detém a queda do paraquedista...
O Acordo não cita a palavra "para-choque", uma vez que, provavelmente, ainda percebemos os choques a amortecer... O hífen aqui continuará firme e forte; o Volp assim o registrará. E "para-lama" também com hífen. Detalhe: os Paralamas do Sucesso nunca se preocuparam com isso.
domingo, 15 de março de 2009
O hífen da discórdia
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Quando hífen torna uma palavra composta de dois ou mais verbetes uma palavra de significado único ou lhe dá unicidade, por exemplo, pé-de-moleque (o doce tão popular com pedaços de amendoim à mostra), por que motivo eliminar o hífen? Acho que a tal facilitação de escrever o idioma português ou a ideia de uniformizar sua ortografia nos países lusófonos vai trazer tão poucos frutos, para tantos gastos editoriais e blablablás.
ResponderExcluirAntes, antiinflamatório e microonda escreviam-se assim; na atual ortografia, anti-inflamatório e micro-onda. Argumento inventado, puramente subjetivo de fanfarristas da língua: o termo anterior termina com a a mesma vogal que inicia a palavra susequente.Isto é brincadeira de quem não consegue enxergar o custo desta reforma,os conflitos para professores e estudantes.
Nosso Brasil tem coisas mais prioritárias para a população:alfabetização, melhoria do ensino público e privado, mais acesso à cultura e à informação para as classes desfavorecidas, eliminar corrupção do poder público, mais trabalho para o povo, desburocratização...enfim, JUSTIÇA.
Nós brasileiros somos marionetes ou cidadãos
dignos de respeito?
Thony
Quer dizer então que paraquedas ficou junto pela idéia de que as pessoas não imaginam mais o homem tendo a sua queda interrompida.
ResponderExcluirEu que imaginava isto devo então limpar esse registro da minha cabeça, para não correr o risco de errar a grafia...