No artigo que escreveu ontem para a Folha de S.Paulo, a professora Thaís Nicoleti de Camargo observa que no Volp a palavra "subumano" aparece seguida de "dois intrigantes pontos de interrogação".
Fui verificar. E, de fato, lá estão. Qual será a dúvida da equipe que preparou o Vocabulário? E por que não há pontos de interrogação depois de "subumanidade"? O Volp também registra "sub-humano" e "sub-humanidade". Estão permitidas, portanto, ambas as formas, com hífen e sem hífen.
A explicação que Evanildo Bechara já deu em algumas entrevistas é que os dicionários sempre tiveram posições diferentes diante das duas possibilidades. O Aurélio só acolhe "subumano", ao passo que o Houaiss registra "subumano" e "sub-humano". A 4ª edição do Volp traz as duas formas. A decisão foi aceitar o peso da tradição (talvez "subumano" tenha vingado por causa de "inumano" e "desumano", sem "h") e adotar a dupla grafia. Se Portugal fará o mesmo, continuamos sem saber, e talvez por isso as duas interrogações.
O Acordo recomenda que se use o hífen nas formações com o prefixo "sub" em que o segundo elemento comece por "h", e cita explicitamente o adjetivo "sub-hepático" (situado debaixo do fígado). No entanto, além desta grafia hifenizada, o Volp traz "subepático" (sem interrogações).
domingo, 22 de março de 2009
Duas interrogações
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