O Acordo foi aprovado pelo governo de Portugal, mas ainda falta implementá-lo. As definições são pouco definitivas... Há resistências, hesitações. Esta reportagem foi publicada no dia 22 de fevereiro, no Correio da Manhã:
Educação: Acordo ortográfico nas escolas no próximo ano
Os professores estão apreensivos e expectantes quanto à inexistência de uma data concreta para a aplicação nas escolas do Acordo Ortográfico em vigor desde o início do ano. Segundo Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, as intenções dos ministérios da Cultura e da Educação, em aplicar o novo acordo dentro de alguns meses, são precipitadas se não existir primeiro uma formação específica para os professores.
"Parece-me que se está a começar, mais uma vez, pelo fim. Dizem que se quer experimentar o novo Acordo Ortográfico já no próximo ano lectivo, mas não basta dizer que vai haver umas escolas-piloto. Tem de haver uma formação para que o processo decorra dentro da normalidade", afirmou Mário Nogueira ao CM, sublinhando que até agora os professores não foram ouvidos: "O que sabemos é pelos jornais. Quando se introduz alguma coisa nova numa escola, a primeira coisa que se deve fazer é consultar os professores. Pois são eles que preparam os programas."
Estando tudo por definir, o secretário-geral da Fenprof apela ao Governo para que trate do assunto com ponderação, de forma a existir um período de adaptação: "Não pode ser tudo feito à última da hora, como é costume fazer-se em Portugal, especialmente na Educação, onde são as escolas que tentam descobrir uma forma de responder ao problema."
António Pinto Ribeiro, ministro da Cultura, estabeleceu recentemente um prazo de quatro meses para a entrada em vigor do Acordo Ortográfico. Além disso, sugeriu que os professores devem introduzir as novas regras de uma forma progressiva.
"Os professores vão precisar de formação específica, pois sempre foram preparados para uma determinada forma de escrever e agora deparam-se para um novo Acordo", ressalvou o secretário-geral da Fenprof, acrescentando que as ferramentas informáticas, por si só, não são suficientes para o processo de aprendizagem.
No Brasil, as escolas já estão a preparar a aplicação do novo Acordo Ortográfico, disponibilizando aos professores acções de formação sobre as novas regras.
(André Pereira)
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
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