sexta-feira, 17 de abril de 2009

Pasquale e o Acordo

Tenho acompanhado as declarações de Pasquale Cipro Neto sobre o Novo Acordo Ortográfico.

Na Folha de S.Paulo de ontem, por exemplo, no artigo "Diário da reforma ortográfica", Pasquale refere-se à "imposição" da reforma (que reforma propriamente não chega a ser), e, de modo radical, afirma que o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, lançado há pouco, "atropelou" o já previsto vocabulário comum, do qual deverão participar todos os países da comunidade lusófona.

Não deixa de ter razão o ilustre professor. Mas é preocupante sentir Pasquale torcendo para que Portugal não implemente o Acordo, o que inibiria a adesão plena dos demais países, sobretudo os africanos, e nos conduziria talvez à estranha situação de um acordo com um só signatário: o Brasil.

Torcer contra não é a melhor atitude. O Volp, na realidade, pode servir como primeiro passo para o vocabulário comum que, pelo andar da carruagem, virá à luz apenas em 2012, ou em 2014, ou depois.

Podemos "discordar com" (inusitada formulação que ouvi outro dia na rua, vox populi...), ou seja, podemos fazer críticas mas ao mesmo tempo trabalhar ao lado, colaborar para que o Acordo, apesar de suas falhas, não termine em águas de bacalhau...

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