Uma importante característica do Acordo a lembrar é que afeta um idioma euro-afro-americano-asiático-oceânico! Diz respeito a uma comunidade linguística geograficamente dispersa, o que pode ser bom ou mau.
Dispersão pode ser vista como fragmentação (coisa má) ou expansão (coisa boa). Aliás, foi graças ao movimento expansionista de Portugal, em outros tempos, que se fala a língua portuguesa em pontos tão distantes entre si, a exemplo do que aconteceu com o inglês e o espanhol.
O futuro do Acordo, sua realização melhor possível, dependerá ainda de muitos acertos. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa publicado há pouco não é, a rigor, da língua portuguesa, mas da língua portuguesa do ponto de vista brasileiro à luz do Novo Acordo.
Um exemplo. A unidade monetária de Angola é "cuanza", "kuanza" ou "kwanza"? O Volp nada diz porque não é de sua alçada resolver esse trilema, embora o Houaiss registre as três possibilidades. Mas tem mais. O nome do maior rio angolano, que foi adotado para designar a moeda desse país, além daquelas três grafias pode ser escrito também "Quanza" e "Coanza".
A julgar pelas imagens abaixo, "kwanza" é o nome oficial para a unidade monetária de Angola... mas esse é o típico problema que cabe aos angolanos resolverem numa discussão interna ao país e, num segundo momento, no âmbito da comunidade lusófona.
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